terça-feira, 28 de abril de 2015

FUZILADO - "Indonésia executa brasileiro Rodrigo Gularte por tráfico de drogas"

UOL - O brasileiro Rodrigo Muxfeldt Gularte, 42, foi executado nesta terça-feira (28) por fuzilamento na ilha de Nusakambangan, na Indonésia, cumprindo uma condenação à morte por tráfico de drogas. Ele foi o segundo brasileiro executado na Indonésia em 2015 – o carioca Marcos Archer Cardoso Moreira, 53, teve o mesmo destino em 17 de janeiro, também pelo crime de tráfico. O paranaense foi condenado à morte em 2005, um ano após ser preso no aeroporto de Jacarta com 6 kg de cocaína escondidos em pranchas de surfe. Outros sete estrangeiros condenados por tráfico foram executados nesta terça. A filipina Mary Jane Fiesta Veloso foi poupada no último momento, de modo inesperado, segundo a BBC. "Tudo correu bem, sem interrupções", disse uma autoridade local. Diagnosticado com esquizofrenia paranoide no ano passado, sua defesa tentou, sem sucesso, convencer autoridades a reverter a condenação. A família alegou que Gularte foi aliciado por traficantes por causa de seu estado mental. Segundo relato do diplomata Leonardo Carvalho Monteiro, que o visitou na prisão no último sábado, Gularte reagiu com "delírio" à informação de que seria executado. Ele também rejeitou os três últimos pedidos a que teria direito antes de morrer. Mas pediu para ser enterrado em Curitiba, sua cidade natal. Depois de sua condenação há 11 anos, Gularte chegou a tentar suicídio na prisão. De acordo com sua prima Angelita Muxfeldt, sua situação médica piorou há três anos, e em 2014 uma equipe médica contratada pela família do paranaense o diagnosticou com esquizofrenia paranoide, sofrendo delírios e alucinações. Ele foi avaliado novamente em março, mas o resultado do exame nunca foi divulgado pelas autoridades da Indonésia. A falta de informações gerou protestos da família e do governo brasileiro. Em nota no último domingo, o Itamaraty classificou de "inaceitável" a execução de Gularte, dizendo que o governo da Indonésia se recusou a reconhecer a doença mental do brasileiro e fugiu "ao mais elementar bom senso e a normas básicas de proteção dos direitos humanos". Além disso, fez um novo apelo para que a execução fosse adiada.O governo brasileiro já havia protestado após a morte de Marco Archer, em janeiro, convocando de volta seu embaixador no país, Paulo Alberto da Silveira Soares. Um mês depois, o então novo embaixador indonésio, Toto Riyanto, teve recusada sua carta credencial por Dilma Rousseff e deixou o Brasil, ampliando o atrito diplomático entre os países. (Com BBC Brasil, "Folha de S.Paulo" e agências internacionais).