quarta-feira, 29 de abril de 2015

NACIONAL - "Senado aprova projeto que revê dívida dos Estados e municípios"

GABRIELA GUERREIRO BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O Senado cumpriu nesta terça-feira (28) acordo fechado com a equipe econômica do governo e aprovou projeto que transfere para o ano que vem a aplicação dos novos índices de correção das dívidas dos Estados e municípios com a União. Inicialmente, o projeto obrigava o governo a fazer valer os novos índices no prazo de 30 dias, o que reduziria o valor das dívidas que serão pagas pelos Estados e municípios à União. Do contrário, os entes federativos aplicariam os índices atualizados por conta própria. A Câmara chegou a aprovar essa versão da proposta, mas o Senado fechou acordo com o ministro Joaquim Levy (Fazenda) para que os novos indexadores possam entrar em vigor até o dia 31 de janeiro do ano que vem, o que dá fôlego aos cofres do governo. Levy pediu o prazo porque, em meio ao ajuste fiscal, argumenta que a União não tem como abrir mão das receitas pagas pelos entes federativos este ano. Com a mudança, o projeto retorna para nova votação na Câmara dos Deputados. Pelo projeto aprovado no Senado, os Estados e municípios vão receber os valores retroativos, contados a partir de março deste ano, até quando os novos indexadores entrarem em vigor. Os senadores mudaram o projeto depois que as prefeituras de Rio de Janeiro e São Paulo ingressaram na Justiça contra o governo para garantir os novos índices de correção. A lei que autoriza a troca dos índices que corrigem o saldo da dívida foi sancionada pela presidente Dilma Rousseff em novembro, mas ainda precisava de regulamentação do Congresso para entrar em vigor. SOCORRO: Os senadores incluíram no projeto uma "brecha" que socorre financeiramente os entes federativos, que reclamam de endividamento em meio ao ajuste fiscal e às perdas com o pagamento das dívidas. De autoria do senador José Serra (PSDB-SP), a "brecha" permite aos Estados e municípios usarem parte dos depósitos judiciais e administrativos de processos que estão em andamento para o pagamento de precatórios, compromissos da dívida pública ou investimentos. A proposta também autoriza os entes federativos a aplicarem os recursos no pagamento de despesas previdenciárias -o que foi incluído por Serra durante a votação desta terça. É vedado o uso para custeio.