sexta-feira, 10 de julho de 2015

Pressão esvaziou 'emenda Lava Jato' na reforma políticaHouve muita pressão de parlamentares de vários partidos para alterar a emenda original que veda a doação de empresas que executam obras públicas no texto-base do projeto de lei que complementa a proposta de emenda à Constituição da reforma política.

Esse ponto do relatório já tinha sido batizado de “emenda Lava Jato”, numa referência à operação da Polícia Federal que apuram pagamento de propina de empreiteiras a políticos por meio da contribuição do caixa oficial de campanha.

A proibição inicial apresentada pelo relator da proposta, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), era bem mais ampla. O texto incluía a proibição de doações por parte das empresas de prestação de serviços ou fornecimentos de bens que têm contrato com órgãos ou entidades da administração pública direta e indireta.

A reação contra a proposta partiu do baixo clero, preocupado principalmente com os financiamento locais. Enquanto grandes empresas, como as empreiteiras, fazem obras bilionárias com os governos, empresas de prestação de serviços, como as de limpeza e segurança, costumam financiar as eleições locais de olho nos contratos com prefeituras e governos estaduais. De forma pulverizada, também são grandes doadores de campanha.

“Houve forte reação do baixo clero. Isso mostra que a propina será paga por meio de financiamento oficial de campanha para a maioria dos políticos”, ressaltou ao Blog um deputado que ficou assustado com a reação dos colegas.