quinta-feira, 28 de maio de 2015

Haddad defende Enem como critério de seleção de alunos para a USP

USP avalia possível reserva de 15% de vagas em cursos para o Enem.
Ex-ministro participou da abertura do 1º Congresso de Graduação.

 O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, durante congresso na USP.  (Foto: Divulgação/Leon Rodrigues/SECOM) 

O Ex-ministro da Educação e professor da Universidade de São Paulo (USP), o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, defendeu nesta quarta-feira (27) o uso do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) como um critério para seleção de alunos para a USP.

 Atualmente a USP promove debate em suas unidades para determinar uma possível reserva de 15% das vagas abertas a cada ano para estudantes de escolas públicas por meio do Enem.

A proposta está sendo trabalhada pela Pró-Reitoria de Graduação e deve ser encaminhada ao Conselho Universitário (CO) para votação em junho.

 "Se nós temos o Enem, podemos imaginar uma forma de utilizá-lo no sentido de buscar jovens talentos, como as olimpíadas de matemática e português, que mostram que eles estão em todo o território nacional, concentrados em algumas regiões, mas presente em todas. Isso significa que nós podemos atrair jovens de todo o Brasil, que terão muito orgulho de fazer uma graduação em São Paulo, na USP”, afirmou Haddad.

Ao defender a acolhida de alunos talentosos de outras cidades na universidade, o prefeito se mostrou preocupado com políticas que garantam a permanência e conclusão do curso.
“Como talento não escolhe classe social, você efetivamente acaba atraindo pessoas de mais baixa renda para a universidade. Por isso que qualquer medida que se tome tem que se pensar na questão da permanência, que no caso da ampliação das oportunidades, tem que ser combinada de forma virtuosa para que esse jovem talentoso de outras cidades encontre algum tipo de suporte nas universidades para concluir os seus estudos, não apenas para entrar nas universidades”, disse o ex-ministro.

 O ex-ministro defendeu a reforma proposta pelo Ministério da Educação quando o Enem foi criado e criticou o formato atual dos vestibulares.
“Quando nós tomamos a decisão de utilizar o Enem, que não era utilizado nas universidades em função do seu formato, [considerado] inadequável para a seleção, fizemos a reforma no sentido de oferecer às universidades um instrumento robusto, por meio do qual eles pudessem fazer uma seleção rigorosa dos alunos, atribuindo eventuais pesos diferentes às provas. Isso no sistema federal vingou”, disse Haddad.

Aulas na USP
Haddad é professor na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH). Ele está afastado do cargo de professor do departamento sem receber salários e pediu uma licença especial para voltar a dar aulas sem receber.
Fernando Haddad fez graduação (direito), mestrado (economia) e doutorado (filosofia) na USP. Atualmente é professor doutor do departamento de ciência política da FFLCH. Na vida política ocupou os cargos de ministro da Educação, assessor especial do ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão e secretário executivo do Ministério da Educação.Congesso de Graduação da USP (Foto: Divulgação/Leon Rodrigues/SECOM)