Uma das principais vitrines das gestões petistas, o Minha Casa Minha Vida também deve ser atingido pelo congelamento de despesas
ESTADÃO - O contingenciamento de R$ 78 bilhões no Orçamento de 2015
sugerido pelo Ministério da Fazenda certamente incidirá sobre
investimentos e não poupará programas prioritários, obrigando o governo a
rever metas, conforme integrantes do alto escalão do governo.
Uma das principais vitrines das gestões petistas, o Minha Casa Minha
Vida também deve ser atingido pelo congelamento de despesas, que visa o
cumprimento da meta de superávit primário. Incomodados com a severidade
do bloqueio previsto, ministros pressionam o Planalto para, ao menos,
salvar suas pastas da paralisia, mantendo as ações essenciais.
Neste domingo (17), a presidente Dilma Rousseff se reúne com os
titulares da junta orçamentária (Casa Civil, Planejamento e Fazenda)
para debater o tamanho do contingenciamento, que será anunciado até
sexta-feira.
No encontro, os ministros vão analisar o peso das modificações
promovidas pela Câmara nas medidas provisórias do ajuste fiscal e
trabalharão com possíveis cenários para a votação, pelos deputados, da
revisão da política de desoneração da folha.
Se a Câmara também flexibilizar essa proposta, na quarta-feira, a
tendência é que a "tesourada" radical seja confirmada, disseram ao
Estado auxiliares da presidente. A previsão inicial da Fazenda era
economizar R$ 5,35 bilhões em 2015 com a revisão da desoneração da
folha. Conflitos com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL),
atrasaram a tramitação do texto no Congresso.
Preparação. Ontem, Dilma fez uma reunião preparatória com auxiliares. O
Planalto dá como certo que a severidade do bloqueio causará reações não
só na base aliada, mas dos ministros de Dilma, que lutam para preservar
seus projetos prioritários. Entretanto, um ministro admitiu,
reservadamente, que não há como evitar cortes em investimentos.