quinta-feira, 16 de julho de 2015

Cientistas identificam novo composto para o tratamento da malária

Composto bloqueia ciclo de vida do Plasmodium, parasita da malária.
Ainda não existe vacina contra a doença, que mata 500 mil por ano.

Da EFE
 Parasitas da malária são vistos entre hemácias do sangue  (Foto: CDC/Mae Melvin) Parasitas da malária são vistos entre hemácias do sangue (Foto: CDC/Mae Melvin)
 
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Uma equipe internacional de cientistas identificou um novo composto para tratar a malária e que é o primeiro que inutiliza uma proteína que o parasita (um protozoário do gênero Plasmodium) necessita para sobreviver nas diferentes fases de seu ciclo de vida, informou nesta quarta-feira (15) a revista "Science Translational Medicine".
A malária é uma doença infecciosa transmitida pela fêmea do mosquito Anopheles infectada pelo Plasmodium. Os principais sintomas são febre alta, calafrios, tremores, suor e dor de cabeça. Atualmente, não existem vacinas disponíveis. O tratamento é simples e eficaz, mas, se a doença não for tratada, ela pode matar.
Se os testes em humanos obtiverem sucesso, o composto, denominado DSM265, poderá se tornar uma nova ferramenta para prevenir e tratar a infecção com os parasitas que causam a malária, doença que mata mais de meio milhão de pessoas por ano.
O novo composto, que foi desenvolvido por um grupo formado por 20 instituições de três continentes, atua em uma proteína celular produzida pelo parasita da malária, conhecida como DHODH, e da qual depende a expressão e divisão dos genes dos protozoários quando estes precisam se reproduzir.
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Dado que a DHODH possibilita uma função fundamental para o parasita, este novo composto poderia danificá-lo em muitos momentos de seu ciclo vital, inclusive quando o Plasmodium se esconde no fígado da pessoa infectada.
Durante as pesquisas, os especialistas tiveram que assegurar que o DSM265 não atuava contra a versão humana da proteína DHODH, que tem papel importante nas células.
Os testes com células humanas concluíram que um remédio baseado no DSM265 permaneceria durante longo tempo no corpo - uma característica ideal para se conseguir um tratamento em uma única dose -, não geraria subprodutos tóxicos e determinaram as doses que seriam mais efetivas.
O novo composto requer doses menos frequentes e bloqueia o parasita tanto na fase de infecção do sangue como do fígado.
Outro passo da pesquisa foi comprovar a capacidade de mutação do parasita da malária para se tornar resistente ao DSM265 e tentar buscar soluções.
Os pesquisadores estão agora testando a segurança e a eficácia do novo composto contra o Plasmodium, incluindo cepas resistentes a vários remédios, em múltiplos modelos, tanto de células humanas, como em ratos, cachorros e macacos.