terça-feira, 14 de julho de 2015

Família de negro morto pela polícia nos EUA receberá US$ 5,9 milhões

Mortes de Eric Garner e Michael Brown desencadearam onda de violência.
Garner morreu após receber uma gravata ao ser detido em junho de 2014.

Da EFE
Foto não datada mostra Eric Garner com sua família (Foto: AP Photo/Family photo via National Action Network, File)Foto não datada mostra Eric Garner com sua família (Foto: Family photo via National Action Network)
A família do afro-americano Eric Garner, morto por policiais de Nova York, nos Estados Unidos, há um ano durante sua prisão, receberá uma indenização de US$ 5,9 milhões, informaram nesta segunda-feira (13) fontes oficiais.
A vítima, de 43 anos, pai de seis filhos, morreu no dia 17 de junho de 2014 ao receber uma gravata de um agente que tentava prendê-lo por vender cigarros de forma ilegal no distrito de Staten Island.
O escritório do auditor da Cidade de Nova York, Scott Stringer, informou em comunicado que as autoridades chegaram a um acordo com a família de Garner, que receberá US$ 5,9 milhões como forma de indenização.
O acordo evita a possibilidade de o caso ser resolvido nos tribunais depois de a família da vítima ter entrado, em outubro do ano passado, com um processo devido à morte de Garner.
No último dia 3 de dezembro, porém, um grande júri rejeitou a possibilidade de processar o agente que aplicou a gravata na vítima, o que esgotou a via penal, apesar de se manter aberta a possibilidade de reivindicar danos civis.
A nota indica que a cidade de Nova York e os herdeiros de Garner optaram pelo acordo levando em consideração "os melhores interesses para todas as partes após uma minuciosa revisão dos fatos". O auditor reconheceu o "extraordinário impacto" que o caso teve em Nova York e no restante do país.
A morte de Garner e de outro cidadão negro, Michael Brown, no dia 13 de agosto de 2014, em Ferguson, no estado do Missouri, provocou uma onda de protestos, aumentando as tensões raciais nos EUA a um nível não observado em várias décadas.
"O caso de Garner nos forçou a examinar o estado das relações raciais e a relação entre nossa força policial e as pessoas às quais ela deve servir", disse Stringer no comunicado.
A imprensa local indica que a família de Garner tinha rejeitado uma oferta previa de US$ 5 milhões como compensação para encerrar o caso. Quando apresentaram o processo civil, os parentes da vítima exigiam uma compensação de US$ 75 milhões.