quinta-feira, 28 de abril de 2016

PARANÁ - "COLUNA POLÍTICA"
O preço da Internet - Artigo de Marcello Richa
Um dos temas mais controversos dos últimos meses foi a polêmica questão da limitação de franquias de internet fixa no Brasil. Empresas de telecomunicações e até mesmo a Agência Nacional de Telecomunicações(Anatel) adotaram o discurso que a limitação seria benéfica para quem utiliza pouco a internet e acarretaria mais gasto para usuários assíduos. Porém, como definir qual o tempo e preço justo de uso da internet? As opções, até o momento, são preocupantes. Um levantamento do IBGE mostra que o tamanho das famílias no Brasil gira em torno de três pessoas por domicílio e que o celular já se tornou a principal forma de acesso a internet. Somado a isso, também realizaram uma pesquisa que aponta que o brasileiro passa, em média, 5,3 horas no computador doméstico. Não é difícil imaginar que, com diversos aparelhos eletrônicos conectados à internet dentro de casa, e com seu uso cada vez mais comum, o limite venha a se tornar um problema até mesmo para um usuário moderado. Dessa forma, o limite de franquia leva o usuário a dois problemas: os valores cobrados e o consumo. A menor franquia oferecida pelas operadoras no Brasil terá 10 GB, enquanto a maior, até o momento, será de 200 GB. Uma rápida pesquisa nos sites das principais operadoras do país mostra que o preço das franquias varia entre R$ 54,90 (que representa cerca de 6,2% do salário mínimo) até R$ 319,00 (equivalente a 36% do salário mínimo). Para efeito comparativo, nos Estados Unidos encontramos uma internet no mínimo três vezes mais rápida que a brasileira, serviços estáveis e valores muito mais acessíveis que os praticados em nosso país. A operadora AT&T, por exemplo, cobra US$ 30 mensais para um pacote de 250 GB (2,3% do salário mínimo americano). No Canadá, um pacote de 125 GB custa $ 64,95 (3,9% do salário mínimo da cidade de Quebéc).