quinta-feira, 9 de junho de 2016

PARANÁ - "PRENDERAM O JAPONÊS"
'Japonês da Federal' é preso pela PF acusado de facilitar contrabando

FOLHA - O agente Newton Ishii, conhecido por escoltar investigados da Operação Lava Jato, foi preso pela Polícia Federal nesta terça­feira (7), condenado por facilitação de contrabando a quatro anos e dois meses de prisão em regime semiaberto. Para ter direito ao regime –que impõe o recolhimento apenas à noite ou então o uso da tornozeleira eletrônica–, Ishii obrigatoriamente tem que ser recolhido. O policial tomou conhecimento da ordem judicial pouco depois do almoço e se entregou aos colegas da Superintendência da Polícia Federal do Paraná, onde trabalha desde 2014, quando foi integrado à corporação. Ele está detido em uma sala da Superintendência da PF do Paraná, a mesma que abriga detidos da Lava Jato, onde passou a noite vigiado por um carcereiro. Segundo a Folha apurou, o modo como o agente cumprirá o semiaberto não foi determinado até o momento. A pena dele pode ser reduzida a oito meses, ou seja, a um sexto do total, já que o agente é réu primário. Desse modo, ele cumpriria oito meses de prisão. Como Ishii já ficou quatro meses detido anteriormente, restariam mais quatro meses de detenção. O mandado de prisão foi expedido pela Vara de Execuções Penais da Justiça Federal em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná. Em 2003, quando estava lotado na cidade –e onde cometeu o crime, ao facilitar a entrada de mercadoria contrabandeada do Paraguai–, ele já havia sido preso pelo mesmo caso. O processo contra Ishii tramitava no STJ (Superior Tribunal de Justiça) havia pelo menos dois anos. Com a recente decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), porém, que mudou a jurisprudência e determinou a execução da pena após o julgamento em segunda instância, o STJ remeteu o processo do agente para Foz, para sua execução provisória. A decisão do STF, que passou a valer em fevereiro, foi defendida e celebrada pela força­tarefa da Lava Jato, que entende que ela combate a impunidade e dá mais efetividade à Justiça. Além de Ishii, outros dois ex­agentes federais que também respondiam pelo crime foram presos. A ação em Foz do Iguaçu corre em segredo de justiça.